Terça-feira (21), dia dedicado internacionalmente às pessoas que têm a síndrome de Down!

Adão Rodrigues da Silva, 70 anos, virou recorde nacional. Especialista define caso de idoso como incomum à medicina.

Tocar violão está entre as preferências do idoso. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)

Nesta terça-feira (21), dia dedicado internacionalmente às pessoas que têm a síndrome de Down, divulgamos o exemplo do campo-grandense Adão Rodrigues da Silva, 70 anos, que tem o distúrbio genético, mostra que é possível ter elevada expectativa de vida mesmo diante dos desafios e problemas que os portadores enfrentam. Ele é apontado pela empresa RankBrasil como o mais velho do país com a síndrome.

A geneticista e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Liane De Rosso Giuliani explicou ao G1 que o caso de Silva é incomum, ainda que haja avanços na medicina que propiciam melhor qualidade de vida para quem tem a síndrome. “A grande maioria dos pacientes, se passar pelo primeiro ano, vive entre 40 e 50 anos”, afirma.

Para a médica, o idoso não deve ter tido problemas que comumente acometem as pessoas com Down, como distúrbios cardíacos e endocrinológicos. Na avaliação de Liane, ele superou as piores etapas que a anomalia genética pode ter, e daqui em diante deve ser tratado como qualquer idoso, sempre estimulado a fazer atividades físicas e de lazer.

Desafios
O idoso é cuidado atualmente pela sobrinha Kamila Riquelmes de Souza, 26 anos. Antes, era o pai dela quem dedicava a vida por Silva, mas ele morreu em 2012. “Meu pai era muito ligado a ele porque era seu único irmão. Agora, é questão de princípio e de honra dar qualidade de vida a ele”, disse.

Kamila conta que são muitas as barreiras cotidianas para cuidar do o tio. Desde o ano passado, ela fala que dedica todo o tempo ao idoso e, por isso, teve que deixar o emprego de atendente de telemarketing e não consegue estudar e fazer faculdade.

Mas, agora, a realidade deve começar a mudar, afirma. Segundo Kamila, Adão ficará no institulo Juliano Varela, referência no tratamento de pessoas com Down em Campo Grande, no período da tarde. “Ontem foi o primeiro dia dele”, conta.

Qualidade de vida
A expectativa é que, no instituto, o tio encontre mais qualidade de vida ainda, diz a jovem. Kamila diz que uma das principais diversões do tio é tocar pandeiro e violão. “Ele sabe quando o violão está desafinado. Tem muita percepção e inteligência. Ouve uma música no rádio e vai logo arranhar o violão. Gosta de Daniel e Roberto Carlos”, conta a sobrinha.

Além da música, Adão também é fã de telejornais, novelas e futebol. Basta ouvir o som da transmissão de uma partida de futebol na televisão que ele se ajeita no sofá para acompanhar. Seus times preferidos são o Comercial-MS e o Corinthians.

“Nas quartas-feiras acabo tendo que assistir jogo com ele”, diz Kamila. O temperamento teimoso representa o antagonismo de um jeitão animado e alegre, que não abre mão de um bom passeio, afirma a sobrinha. “É fã de refrigerante, churrasco, pão e sorvete”, relata a jovem.

Matéria veiculada ao site do G1 no dia 21 de março de 2013.

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Sobre Caravana da Pessoa Idosa

Caravana da Pessoa Idosa Trata-se de iniciativa desenvolvida pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco, através da Promotoria Criminal do Idoso. A ação foi financiada pelo Grupo Santander, a partir da seleção e premiação da iniciativa no Projeto “Talentos da Maturidade”. Visa, sobretudo, identificar meios de fortalecimento dos direitos do idoso através da criação e do fortalecimento da atuação dos Conselhos Municipais dos Idosos. A ação abrange os 184 municípios do território pernambucano, tendo como público-alvo gestores e conselheiros municipais do idoso, representantes da sociedade civil, do poder judiciário e membros do MPPE.